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Deputados rejeitam redução da maioridade penal em caso de crimes graves

Depois de 22 anos de tramitação, a proposta de emenda à Constituição (PEC) 171/93, que prevê redução da maioridade penal de 18 para 16 anos em casos de crimes graves e hediondos, como homicídio e roubo qualificado foi rejeitada no plenário da Câmara dos Deputado

Faltaram cinco votos para que a proposta fosse aprovada. Foram 303 a favor, quando o mínimo necessário eram 308. A PEC recebeu 184 votos contra e 3 abstenções.

Agora, há possibilidade de que nesta quarta-feira seja votada a PEC original, na qual a redução da idade penal se daria para todos os crimes, e não apenas para delitos graves ou hediondos, como previa a proposta que foi rechaçada na terça pela Câmara.

Concluída a votação, manifestantes comemoraram a rejeição cantando “O Cunha é ditador”, “Nas ruas, nas praças, quem disse que sumiu, aqui está presente o movimento estudantil”.

Às 20h, o assunto começou a ser debatido no plenário, mas 20 deputados tinham o direito de discursar, sendo 10 contra e 10 a favor da PEC. A votação se estendeu até a madrugada de quarta e o resultado saiu pouco depois volta da 0h30min.

O governo tentou durante todo o dia impedir que o grupo de parlamentares favorável à alteração na Constituição atingisse os 308 votos necessários para garantir a mudança. A ação do governo começou pela manhã. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, convocou reunião com líderes de partidos da base do governo para apresentar argumentos contrários à redução.

Contrário à redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, Cardozo, afirmou que a medida faria a população carcerária do país aumentar em até 40 mil pessoas por ano, o que agravaria ainda mais o déficit de vagas do sistema prisional brasileiro.
– Isso é uma bomba atômica para o sistema prisional dos Estados. O caminho é desastroso – disse o ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, mesmo sem saber qual seria o resultado da votação. Atualmente, faltam 220 mil vagas nos presídios para abrigar os 607 mil presos do país.

Tanto do lado de fora quanto dentro do Congresso, em Brasília, o dia foi marcado por protestos. Antes de a proposta começar a ser debatida, o gramado em frente ao Congresso foi ocupado ontem por cerca de 500 pessoas, a maioria contrária à PEC.

Diário Catarinense

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